Fique atento aos riscos: Cresce o índice de roubo e furto de caminhão no Brasil

O transporte rodoviário representa 60% do transporte de cargas no Brasil. Com uma frota de 2.209.440 caminhões em circulação no país, o setor, apesar de tão importante para a economia, tem muitos desafios relacionados à segurança.  

Neste artigo você vai ver:

  • Média mensal de roubo de caminhão cresceu 18% em 2021;
  • Quais modelos mais visados por criminosos;
  • Quais cargas mais visadas para roubos;
  • Gestão de riscos para frotas e transporte de cargas

Quando falamos em roubo ou furto de caminhões, na maioria das vezes temos assaltantes fortemente armados, sequestro de motoristas e um grande interesse na carga ou peças dos veículos. 

Com frequência vemos quadrilhas dedicadas a este tipo de crime. Um exemplo é o caso da operação que investigou uma série de roubos no Rio de Janeiro, no ano de 2020. A busca começou a partir de uma ocorrência, onde o grupo rendeu o motorista que levava uma carga de leite avaliada em R$18 mil, roubando também o veículo, avaliado em R$80 mil.

O desenrolar da operação mostrou que o mesmo grupo foi responsável por pelo menos 13 roubos à mão armada no período entre julho de 2019 e agosto de 2020, totalizando um prejuízo de mais de R$2 milhões para as vítimas.

Média mensal de roubo de caminhão cresceu 18% em 2021

Os altos e baixos sofridos pelo transporte de cargas desde o início de 2020 – no contexto da pandemia de covid-19 – se reflete também nos índices de segurança neste período. 

De acordo com um levantamento realizado pelo Grupo Tracker, até mesmo a criminalidade diminuiu nas rodovias brasileiras nos meses mais críticos da pandemia, quando houve uma baixa na demanda de fretes. 

No entanto, o que se observa na retomada das atividades é que o número de roubos e furtos de caminhões cresceram 18% nos três primeiros meses de 2021, quando comparados com outubro, novembro e dezembro de 2020.

O relatório aponta ainda que a média mensal de roubos e furtos entre janeiro, fevereiro e março deste ano foi 25,5% maior do que a média mensal de 2020, superando os índices de antes da pandemia.

Quais modelos mais visados por criminosos?

Em geral, o que motiva o roubo ou furto de caminhões é a possibilidade de levar o veículo para um desmanche para revenda de peças. É comum, também, que o caminhão seja levado quando há interesse na carga.  

No relatório de veículos roubados, da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, que inclui o número de sinistros ocorridos e o número de veículos expostos (segurados), entre os modelos mais visados por criminosos, temos:

  • Iveco Eurotrakker: Muito comum no transporte de cargas para os segmentos canavieiro, madeireiro, minerador e de construção pesada. A linha atende as composições do tipo “Romeu-e-julieta”, treminhão, bitrem, rodotrem e basculante.
  • Ford Cargo: O Ford Cargo e suas variações aparecem frequentemente nas ocorrências de roubo ou furtos. Os modelos de grande porte, tem capacidade para um grande volume de cargas, chamando a atenção de assaltantes. 
  • Mercedes Benz Axor: Está entre os mais populares no transporte de cargas, e por isso também aparece com maior frequência na relação de veículos roubados. Se torna interessante tanto para o porte da carga, quanto para a venda ilegal das peças. 

A carga também é um fator de risco

Como já mencionamos, a carga é um fator que deve ser considerado na hora de avaliar as ameaças. No ano de 2020 foram mais de 14 mil ocorrências de roubo de cargas, de acordo com um levantamento da NTC&Logística. 

Entre as cargas mais desejadas por assaltantes, temos:

  • Produtos alimentícios: Estão entre as cargas mais roubadas no Brasil. Um dos principais motivos para que isso aconteça é a facilidade de repasse e venda no comércio. Ainda, por existir uma alta demanda neste segmento, há um número maior de cargas expostas.  
  • Cigarros: Como acontece com os produtos alimentícios, os cigarros têm alto grau de escoamento após o roubo. Sendo um produto com alta carga tributária, se torna interessante para comerciantes que querem adquirir produtos sem procedência legal. 
  • Combustíveis: Por seu alto valor e usabilidade, combustíveis de todos os tipos são altamente visados por criminosos. Neste caso, são operações mais complexas e planejadas, que colocam em risco tanto a carga, o veículo e a vida do motorista. 
  • Eletroeletrônicos: Os produtos eletroeletrônicos tem uma grande aceitação no mercado negro. Por terem um alto valor quando vendidos em lojas legalizadas, produtos como notebooks, videogames, celulares, TVs, eletrodomésticos são vendidos em ampla escala por meios ilícitos e valores mais baixos.
  • Produtos farmacêuticos: Medicamentos se tornam visados pois, na venda ilegal não se torna necessário a prescrição médica para sua aquisição. Uma característica deste tipo de roubo de cargas é que geralmente é feito com planejamento e por encomenda. 
  • Bebidas: Assim como produtos alimentícios, as cargas com bebidas são muito visadas por sua aceitação no mercado ilegal. Quando falamos em bebidas alcoólicas como vinho, destilados importados existe um alto valor agregado.
  • Autopeças: Por fim, carregamentos com autopeças também exigem uma maior atenção e segurança. São produtos de alto valor agregado e estão entre os mais procurados pelo mercado ilegal.   

Leia mais: Roubo de cargas no Brasil gera prejuízo de R$ 1,2 bilhão. 

Dica de especialista: Mitigando os riscos na gestão de frotas e transporte de cargas

Promover uma maior segurança para sua frota e carga envolve um conjunto de ações. Ainda, cada operação tem suas particularidades, por isso, é imprescindível uma análise de riscos específica para o seu negócio. 

Eduardo Tavares, gerente de operações da Zattar Seguros reforça essa importância. “Atualmente o Mercado de GR, dispõe de diversos recursos como por exemplo: RDO vitimologia, mapeamento das melhores rotas, tecnologias de rastreamento para o cavalo e para a carreta, iscas, escoltas, equipe de campo de investigação, dashboard para análise das não conformidades durante a viagem, todos estes protecionais contribuem significativamente para diminuir a exposição aos riscos”, explica. 

Além disso, estratégias de prevenção devem estar alinhadas a medidas de contenção de perdas, com apólices adequadas para a operação. Isso contribui para a otimização de custos. “É preciso uma visão global, para indicar ações de acordo com a necessidade do cliente, sem excessos e sem faltas”, completa.

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Brasil registrou 14 mil ocorrências de roubos de cargas em 2020

Levantamento da NTC&Logística revela persistência do problema para o transporte rodoviário. Prejuízo chega a R$ 1,2 bilhão.

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) divulgou o Panorama Nacional – Roubos de Cargas 2020. Realizado com uma base de informações colhidas em fontes formais e informais, o relatório trouxe um total de 14.159 ocorrências de roubos de cargas no Brasil no período de um ano.

A região Sudeste continua a ser a mais afetada, arcando com 81,33% das ocorrências. Em seguida, aparecem as regiões Sul, com 8,89%; Nordeste, com 6,66%; Centro-Oeste, 1,91%; e, por último, a região Norte, com 1,21%. 

Entre os produtos mais visados por ataques criminosos, se destacam:

  • Produtos Alimentícios 
  • Cigarros
  • Combustíveis 
  • Eletroeletrônicos 
  • Produtos Farmacêuticos 
  • Bebidas
  • Autopeças 
  • Defensivos Agrícolas 
  • Têxteis e Confecções 

Medidas de segurança cooperam com

a diminuição de ocorrências

Apesar de ainda mostrar um índice de ocorrências preocupante, os números de 2020 apresentam uma queda de 23% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 18.382 casos. 

De acordo com o assessor de segurança da NTC&Logística e responsável pelo levantamento, coronel Paulo Roberto de Souza, a redução está relacionada ao investimento das empresas em tecnologias e medidas de segurança em suas operações, o que possibilita uma resposta muito mais rápida e ativa em relação às tentativas de delito, e, também, ao trabalho dos órgãos de segurança pública, que têm atuado com mais rigor no combate aos delitos de roubos de cargas.

Com informações: CNT.org

Gerenciamento de riscos e prevenção no transporte de cargas 

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Quais os principais tipos de crises nas organizações?

Uma análise de 4.500 casos de empresas nacionais e estrangeiras trouxe um panorama sobre as situações de crises e lições importantes sobre prevenção aos riscos. Confira. 

Toda organização está sujeita a sofrer um evento capaz de gerar uma crise. No contexto atual, onde os negócios passam por transformações em um ritmo acelerado, há uma série de fatores internos e externos capazes de impactar a produtividade da empresa, interferir nas relações comerciais e afetar permanentemente sua reputação. 

Por isso, essa é uma preocupação real que faz parte da rotina de executivos. De acordo com a Pesquisa Global sobre Crises, realizada em 2019 pela PwC, sete a cada dez organizações já enfrentaram um momento de crise em um período de cinco anos, e, entre elas, o número médio de crises enfrentadas é superior a três. 

Foram cerca de 2 mil entrevistados de 43 países, entre eles, 150 do Brasil, que compartilharam suas situações de crise e como foi seu gerenciamento. 

Problemas operacionais estão no topo

Mais da metade dos entrevistados – 56% no Brasil e 53% no mundo – diz que pelo menos uma das crises foi de natureza operacional, como: pane nas atividades, problemas na cadeia de suprimentos, perda de competitividade e vários tipos de falha de produto. 

Na sequência, os fatores mais citados foram:

  • Crises financeiras envolvendo problemas de liquidez e ativismo de acionistas; 
  • Crises relacionadas à tecnologia (falhas e/ou crimes cibernéticos);
  • Questões humanitárias; 
  • Aspectos legais. 

No mundo, organizações com 5 mil funcionários ou mais tendem a vivenciar um número maior de crises relacionadas a crimes cibernéticos (26%), catástrofes naturais (22%), liderança (17%) ou falta de ética (16%) incluindo fraude, corrupção e desonestidade corporativa.

O papel da Gestão de Riscos na prevenção de crises

Situações de crise acontecem e podem impactar na saúde da empresa de diversas formas. Porém, as organizações que contam com gestão de riscos e planos de gerenciamento de crise tem capacidade de controlar esse momento – muitas delas até aumentam sua receita.

Quando existe uma postura preventiva, formas de conter danos, proteger o patrimônio e ter dados confiáveis para respostas rápidas, a empresa ganha competitividade e força. 

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